O meu Natal
Há já alguns anos que o Natal não me dizia grande coisa, não que haja um grande motivo por trás desse estado de espírito, mas porque simplesmente cresci, percebi como é a vida e como são as pessoas – o que me desiludiu – e esta época deixou de fazer algum sentido para mim. Tudo isto começou, possivelmente, porque num dia 24 de dezembro em que estava com o meu avô a comprar chocolates para oferecermos a uns amigos vi um tipo à nossa frente pagar uma embalagem de cereais com o dinheiro que lhe restava no cartão de acumulação de descontos da superfície onde estávamos e comê-los no lado de fora e por uma série de outras questões que comecei a pensar desde aí.
No entanto, como já referi aqui no blog, este ano voltei a entrar no espírito desta época tão especial e a ter vontade de a comemorar da melhor forma. Porque tento ao máximo ajudar os outros, mas não consigo acabar com os problemas do mundo – ainda que isso não me conforme; porque é uma altura de ir a casa (Açores) descansar de um ano bastante triste até meio, mas a terminar de forma feliz, realizada e intensa – mesmo se na mesa da consoada haverá menos um lugar; porque é uma altura de sermos felizes e agradecermos, ponto.
Assim, cheio de espírito natalício, pronto para comemorar um ano que acabou por ser incrível e cheio de garra para 2018, vou partilhar convosco algumas coisas que dizem respeito ao meu Natal:
O que costumo fazer no dia 24…
Não tenho um plano tradicional, mas é sempre, obviamente, passado na Terceira (Açores) com a minha família. Lembro-me que há 4 anos juntei-me à emissão especial de Natal do Rádio Clube de Angra e nos últimos 3 tenho passado sempre com a Carolina e passeamos, inventamos receitas, fazemos o que dá na telha. Há tardinha passo por casa dos meus avós paternos para os desejar uma noite feliz e há noite janto e abro os presentes sempre com a minha família materna. Depois disto volto a encontrar-me com a Carolina na sua casa e abrimos os sempre fantásticos presentes um do outro e terminamos o dia juntos.
O que nunca falta na mesa da consoada…
Para além de uma, quase sempre, conversa agradável, nunca falta – nem pode faltar! – o peru recheado, feito pelo meu tio, e o bacalhau de natas, feito pela minha mãe. Não temos grande tradição no que toca a sobremesas, são sempre diferentes.
Se costumo receber muitos presentes…
Não sei se isto é considerado muito ou não, mas costumo receber cerca de 8 ou 9 presentes – todos muito fixes!
Que tipo de presentes gosto de receber…
Gosto de receber coisas úteis e de que precise mesmo. Fico com sérios problemas de consciência se gastam dinheiro comigo em algo que eu não goste ou, pura e simplesmente, não precise. Tenho sorte, isso raramente acontece.
Dar ou receber?
Depende. Da minha família gosto de dar, mas também adoro receber. Quanto à Carolina, apesar de receber sempre coisas que cumprem os requisitos acima referidos, prefiro dar. Ela vive o Natal, delira com os presentes, tem reações incríveis ao abri-los e adora-os sempre.
O que mais gosto no Natal…
Adoro fazer o presépio tradicional da terra, com leivas (verduras), pedras, farelo e muitas figurinhas. E, mesmo se andei uns anos desapaixonado da época, sempre gostei e gosto desta época e do dia 24 em especial.
Se pudesse fazer um milagre de Natal…
Sem dúvida alguma, acabava com a pobreza extrema que há no mundo. Fome e sede nem deviam existir nos dias de hoje, não faz sentido. Esse seria o principal milagre, mas também gostava que as pessoas fossem melhores, no geral – o ser humano é cruel.
E é assim o meu Natal.
Aos que têm feito parte deste projeto que é “O Rapaz Das Ilhas” desde o início, mas também aos que só por cá passam de vez em quando, desejo-vos mesmo um feliz e santo Natal, com tudo de bom e muita, muita alegria!