Ano novo, #PalhinhasZero
Voltei a Lisboa, depois das férias de Natal nos Açores, com um propósito para este ano, #PalhinhasZero, este ano não vou usar uma única palhinha. Na minha região, assim como nas regiões mais calmas do país, não notamos tanto o impacto da poluição e o consumo excessivo de plástico, porque o consumo no meio rural não é tão “agressivo” como nas cidades, mas em Lisboa assusta-me a forma como tanta gente usa plástico desnecessariamente e, mais ainda, a calma das grandes empresas, principalmente na área da restauração e comércio de bens alimentares, e do próprio governo na redução desse consumo.
Vamos ao hipermercado, compramos um pack de sabonetes que vem numa embalagem de plástico – ou cartão, vá, abrimos e estão 4 sabonetes embalados, em plástico, individualmente, sob um maior plástico que os embrulha a todos, o mesmo acontece com as bolachas, por exemplo. Será isto minimamente necessário? Ou então, vamos a uma dessas cadeias de restaurantes de hambúrgueres, como o Mc Donalds ou Burger King, e compramos um menu qualquer para comer mesmo ali na hora. O hambúrguer bem embrulhado em papel ou numa caixa de cartão, tal como as batatas, a bebida vem bum copo descartável e claro as palhinhas de plástico. Caramba, queremos higiene, sim, mas o hambúrguer e a bebida são para consumir ali, naquele momento, é preciso mesmo fazer tanto lixo para isso? Não me venham com desculpas, não é, ponto!
Vai daí que comecei, já há algum tempo, a preocupar-me com isto e a redução no consumo de palhinhas é um começo e um teste para perceber se é mesmo necessário produzir tanto plástico. Um teste pessoal, obviamente, só mesmo para tirar a teima. E posso dizer que já passei em dois dos testes mais difíceis, um foi no Mc Donalds, onde nunca na vida me tinha dado ao trabalho de tirar a porcaria da tampa – de plástico – que vem nos copos e beber sem usar palhinha e a outro no cinema. Claro que a dependência destas coisas tão simples é tão grande que as primeiras vezes até parece que estamos a fazer alguma coisa estranha, mas não tenho dúvidas…as palhinhas nesses espaços são perfeitamente dispensáveis e o mundo agradece, todos – até os inconscientes – agradecemos.
Recentemente, li que a Comissão Europeia quer proibir o uso de palhinhas de plástico no sentido de reduzir o lixo no mar e tem também um conjunto de medidas para reduzir todo o consumo de plástico na União, assim como reutilizá-lo. Pelos vistos esta não é uma teima apenas minha, talvez até é um facto, e é bom ver os políticos preocupados e a agir neste sentido.
O ano começa assim – e vai terminar –, tentando deixar de lado tudo o que é perfeitamente dispensável e dando um contributo para um mundo melhor.