Um bom domingo em Lisboa passa por ler um bom jornal a meio da tarde, e há algum tempo que não o fazia. Gosto do cheiro intenso da tinta e do papel. Gosto de saber do país e do mundo por um meio tão incrível como o jornal. Quando no seu interior vêm retratos de aldeias pacatas e das suas gentes, então nem se fala, é a qualidade no seu auge.
Daqui a uns anos, depois da faculdade e de parte da vida profissional completada, gostava de passar uns bons meses, ou mesmo um ano, no interior do país. Viver numa casa de xisto; tomar o pequeno-almoço sempre no mesmo café e depois ter dois dedos de conversa com os velhos da terra; fazer as compras sempre na mesma mercearia; consumir os principais produtos da zona; beber o meu próprio país. É como diz António Lobo Antunes: “eu gosto desta terra. Nós somos feios, pequenos e estúpidos, mas eu gosto disto”.