Praxes: fazer ou não fazer?
Estão mesmo aí a rebentar as colocações para os novos caloiros e com isso as discussões acesas sobre as praxes. Se interessa para alguma coisa, fica aqui a opinião/conselho de um doutor – não acredites em tudo o que lês neste blog.
Não sou um académico propriamente digno – daqueles que não perdem um jantar de curso e mudam-se para o recinto durante a Semana Académica e Receção ao Caloiro –, por isso talvez este artigo não seja o mais recomendado. Para além disso, não fiz muitas praxes – tenho outros projetos para além da universidade que tornam quase impossível aparecer em atividades para além das aulas, é verdade.
Do que fiz, nunca senti qualquer tipo de pressão ou até mesmo medo. Confesso que nunca achei grande piada aquilo, percebo o objetivo, mas acho que é uma tradição um bocado aparvalhada. No entanto, compreendo que para alguns seja o melhor momento da vida académica, porque de facto, ali fazem-se amigos para a vida – é cliché, mas é verdade. Quanto à questão da humilhação, tirem isso da cabeça. Ninguém ali é humilhado particularmente, a menos que se arme em esperto em relação a algum superior – e mesmo assim é como na tropa, pagam todos.
“Um dos meus medos em entrar na universidade tem que ver com as praxes”. Há imensa gente que fica sem dormir e mal come com medo de as fazer, mas não há necessidade absolutamente nenhuma. As praxes não são mais do que uma encenação. Tudo o que ali é feito é “teatro”, o único objetivo de quem praxa é integrar os que são novos na faculdade, assim como os divertir.
“Se não fizer praxes vou ser olhado de canto”. Isso é outro mito na cabeça de muitos caloiros que nada tem de real. É verdade que quem se conhece nas praxes cria ali amizades e formam-se pequenos grupos, como em toda a parte, mas isso não significa que ignorem ou tratem com distância aqueles que não as fazem, é completamente falso. Claro que se um tipo que não goste ou não queira fazer praxes for arrogante ou tenha a mania da superioridade com os que fazem é normal que seja posto de parte, mas aí tem que ver com a atitude e não com a opção, logicamente.
Não posso dar uma resposta se se deve ou não fazer praxes, porque é algo que compete a cada um decidir. Espero apenas ter ajudado no sentido de desmistificar estas irrealidades sobre esta tradição académica.
E se és caloiro, bem-vindo a esta etapa incrível que vai certamente marcar a tua vida – e não penses que apenas positivamente, muahah. Aproveita!
PS: A opinião aqui dada resulta da experiência vivida numa faculdade, o que não significa que em todas seja igual. Para além de que é isso mesmo, uma opinião, portanto é claro que mesmo nesta própria instituição hajam pontos de vista diferentes.